Sob a sombra da Giralda

No coração de Sevilha, a antiga mesquita que virou catedral revela como a cidade cresceu entre fé, poder e encontros culturais.

Sob a sombra da Giralda

Sevilha é uma daquelas cidades que parecem ter sido esculpidas em camadas de luz, história e calor. Capital da Andaluzia, no sul da Espanha, ela foi moldada pela presença muçulmana, pela Reconquista Cristã e pelo auge do comércio atlântico. Entre becos estreitos, pátios escondidos, praças ensolaradas e o ritmo contagiante das ruas, a cidade reúne séculos de encontros culturais que deixaram marcas profundas - na arquitetura, na comida, no sotaque e, claro, em sua catedral monumental, que domina o centro histórico como um coração de pedra viva. É ali que nossa história começa.

Fachada da catedral, no coração da cidade

A Catedral de Santa María de la Sede nem sempre foi uma catedral. No século XII, o local abrigava a Grande Mesquita Almóada, cujo pátio de laranjeiras - ainda existente - perfumava a chegada dos fiéis. Com a conquista cristã de Sevilha em 1248, a mesquita foi consagrada como templo católico. Mas o grande salto veio no século XV, quando os líderes da cidade decidiram construir ali a maior catedral gótica do mundo. Diz a tradição que eles declararam: “Façamos uma igreja tão grandiosa que os que a virem pensarão que estamos loucos”. À luz do que ela se tornou, não estavam tão errados.